quarta-feira, 14 de abril de 2010

Influenciados por John Locke

Grupo Nós

John Locke foi um filósofo inglês que viveu durante o século XVII e início do século XVIII. Hoje é considerado um dos principais teóricos do contrato social, assim como o principal representante do empirismo britânico. Abriu espaço para a ciência na filosofia valorizando a experiência como uma fonte de conhecimento. Diz-se dele como a ponte que ligou Descartes as ideias iluministas.


Locke foi um dos idealizadores do liberalismo constitucional, afirmava que “o direito natural da propriedade, fruto do trabalho, é o fundamento de valor econômico vital do trabalho”.Cem anos antes de Adam Smith publicar o seu livro “A Riqueza das Nações”, que o tornou conhecido com o pai do liberalismo, John Locke já havia publicado o seu clássico “Dois tratados sobre o governo”. Com a obra ele fixou as bases do liberalismo político, defendia a tese de que o homem é naturalmente livre, com isto, na ausência de um governo reina a liberdade, que era o seu chamado “estado de natureza”.Em sua teoria política liberal, Locke propõe uma sociedade anarquista como uma alternativa, em contraponto, propõe a existência de uma sociedade civil.

O filósofo inglês combateu sagazmente a teoria do paternalismo de Robert Filmer, que afirmava que os poderes de um rei se equiparavam com os de um pai de família, tinha o dever de vestir, alimentar e proteger seus filhos, que seriam os cidadãos. Para Locke, a teoria era “irrelevante e absurda” uma vez que nessas condições os cidadãos são considerados crianças indefesas e incapazes de adquirir o necessário para sua sobrevivência por si só. Entretanto, a doutrina do estado previdenciário e do bem estar social apoiadas por ele, têm um caráter patriarcalista, vendo também essa incapacidade do cidadão.

Essa tese do poder paternalista gera reivindicações de direitos sociais, que uma vez cumpridos pelo estado transformam cidadãos em súditos altamente dependentes do governo. Séculos mais tarde, Friedrich August Von Hayek pôde observar claramente esse evento no século XX e em 1944 ele publica o livro O caminho da servidão: “O Socialismo pode até começar com boas intenções, mas, independentemente das intenções, seu resultado inevitável é o totalitarismo estatal, com a inevitável perda da liberdade dos cidadãos, transformados em súditos dependentes do estado para tudo”. A obra o torna mundialmente conhecido como o “papa” do neoliberalismo. Apresentou soluções para as crises causadas pelo sistema econômico de Keynes e com isso recebeu o Prêmio Nobel da Ciência em 1974.

Hayek, quando jovem, fora um socialista moderado, entretanto, com o passar dos anos, mudou a sua posição política e criticou o socialismo em muitas de suas obras afirmando que a planificação da economia não poderia funcionar.Defendia uma economia livre, sem intervenções do estado.

Na metade do século XX, Hayek e outros teóricos liberais como Milton Friedman, criaram a chamada Sociedade Mont Pelerin que é uma organização internacional que gira em torno da promoção do liberalismo e seus valores e princípios. Hayek e Friedman são idealizadores do modelo neoliberal colocado em prática em meados da década de 70. John Locke, como um dos idealizadores do liberalismo, foi uma de suas principais influências.

Nenhum comentário:

Postar um comentário