domingo, 11 de abril de 2010

Todos contra todos

Grupo 4º Poder

A máxima de Hobbes é “o homem é o lobo do próprio homem”. Em uma sociedade primitiva, na qual todos buscam somente a própria sobrevivência, a vida individual é prioridade frente à vida coletiva, sendo assim o homem se torna mal seguindo sua própria natureza.


Esse “estado de natureza” existe na ausência de leis, regras e normas, representando um estado fraco ou até mesmo a ausência deste. Traços dessa situação podem ser vistos na região da Faixa de Gaza, localizada entre Israel e Egito. A disputa envolve dois povos, palestinos e israelenses, que lutam pelo direito à soberania e posse da terra ocupada atualmente por Israel. O impasse teve inicio no século XIX, quando judeus sionistas resolveram criar um Estado em sua terra ancestral e começaram a criar assentamentos na região. Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam sua parte da terra com base na história, na religião e na cultura.

Os israelenses, representados pelo Estado de Israel têm soberania sobre grande parte do território, pois o conquistaram após duas guerras (árabe-israelense de 1948 e a Guerra dos Seis Dias, de 1967).  Os palestinos, representados pela Autoridade Nacional da Palestina (ANP), por outro lado, querem assumir o controle de parte dos territórios e estabelecer um Estado Palestino independente.

Numa visão hobbesiana pode-se dizer que o conflito citado deve-se a ausência de um poder permanente e superior às partes, capaz de levá-los a paz e ao entendimento. Entretanto, se não há uma instituição (ONU) ou estado (EUA) forte o suficiente para impor a ordem, nem o respeito mútuo entre os povos, o único meio viável de estabelecer a paz é o contratualismo.  

O contrato, a renúncia mútua de direitos, tem o objetivo de manter a boa relação entre os povos. Hobbes leva em consideração uma série de leis de natureza em espécie, há recomendações de que os homens cumpram os pactos e de que perdoem. Estas condições estão dadas para que se crie um estado de segurança, o que deve ser alcançado para cessar os conflitos.

O terceiro mandamento de Hobbes diz que “se a maioria, por volta de consentimento escolher um soberano, os que tiverem discordado devem passar a consentir juntamente com os restantes.” O Estado de Israel não aceita o fato de que o Hamas, grupo eleito de forma legítima pelos palestinos, na Faixa de Gaza, detenha o poder na região. Em contrapartida o Hamas também não aceita as imposições de Israel no território que governam. Seguindo a filosofia hobbesiana o estado de Israel deveria aceitar o Hamas no poder e contornar essa situação para atingir o contrato.

De acordo com Hobbes “a liberdade e a necessidade são compatíveis”, portanto, os palestinos têm o direito de ter liberdade e Israel, a necessidade de ser compatível para acabar com a injustiça, conseqüência da guerra. Ambos os estados tem o direito de decidir quando a guerra corresponde ao bem comum, porém, nessa situação, esta se torna uma simples matança de inocentes e não soluciona suas desavenças.

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