Grupo As Virtús
Maquiavel foi um dos principais teóricos do Estado moderno. Suas ideias romperam com o pensamento clássico de manutenção do poder, o qual era baseado em uma visão teocêntrica. Em sua obra, “O Príncipe”, o autor desnatura a política ao atribuir o poder ao homem, ao invés de Deus. Ao decorrer do texto, Maquiavel indica como um governante deve agir para se manter no poder, utilizando como base a famosa frase “os fins justificam os meios”. Alguns de seus conceitos se refletem até os dias de hoje.
Um deles é o de que o príncipe deve ser amado e temido. No entanto, o temor em relação ao governante deve ser maior do que a adoração, já que é o medo que impõe a autoridade, tornado a população submissa. É possível observar esse fenômeno em diversos momentos da história, sendo um dos mais marcantes o totalitarismo do governo de Hitler. A ideologia nazista teve grande influência sobre a Alemanha a ponto de mobilizar milhares de pessoas. Porém, muito mais do que amado, Hitler era temido. Havia um clima de insegurança, vigilância e terror, o que fazia com que as pessoas se sentissem acuadas e seguissem os princípios nazistas sem questioná-los.
Outro aspecto definido pelo autor é o de que muitas vezes, a sociedade se acostuma com a submissão imposta por governos, e mesmo quando estes encontram-se fragilizados, ela não se manifesta devido ao conformismo. Identifica-se esta característica no recente escândalo que envolveu o senador José Sarney. No ano de 2009, o Brasil presenciou a revelação de atos secretos no Senado, os quais favoreciam parentes e amigos dos políticos, o chamado nepotismo. Além disso, sua fundação desviou verbas da Petrobras para firmas-fantasmas e empresas da família do senador. Apesar da ocorrência de algumas manifestações, a maior parte da população não se mobilizou; demonstrando o quanto, muitas pessoas são apáticas quando se trata de política. Portanto, essa comodidade faz com que a sociedade seja cegamente obediente a governos frágeis e corruptos.
Mesmo depois de tantos anos, as ideias de Maquiavel se perpetuam até os dias atuais. Com o advento da tecnologia e sua crescente democratização, se tornou muito mais fácil quebrar esses paradigmas e buscar alternativas para combater esta manipulação generalizada.
Acho que a estratégia do grupo em abordar dois temas não foi muito satisfatória, pois parecem dois textos e abordagem da submissão e do medo a partir da obra de Maquiavel exige um debate um pouco mais aprofundado.
ResponderExcluirDa próxima vez sugiro que abordem um tema ou temáticas que tenham uma relção mais próxima, pois estamos abordando os conceitos do autor em um regime totalitário e em um regime democrático. O medo e a submissão operam de forma diferenciada em ambos os regimes.