O que o tempo não pode apagar: Maquiavel

Grupo 4º Poder

    Segundo Maquiavel, “o essencial em uma nação é que os conflitos originados em seu interior sejam controlados e regulados pelo estado”, pois o governo deve ser capaz de manter a ordem e assim a estabilidade. Recentemente, no cenário mundial, a repercussão do anúncio do Irã sobre o desenvolvimento de sua tecnologia nuclear demonstrou fragilidade no controle de seu próprio armamento militar, devido a “interferência” das grandes potências.

     De acordo com Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, seus investimento em estudos nucleares não serão usados para fins bélicos, porém, a ampliação de 3,5% para 20% no seu programa de enriquecimento de urânio desperta a desconfiança em alguns líderes mundiais de que essa tecnologia pode gerar bombas nucleares, já que os governantes, como disse Maquiavel, “nunca devem permanecer ociosos em tempos de paz”. Essa possível arma é vista como ameaça internacional devido as relações estremecidas que o Irã mantém com diversos países, tais como Estados Unidos e França.  Sarkozy, presidente francês, alertou: “o Irã cometerá trágico erro se apostar na passividade da comunidade internacional e mantiver seu programa militar”.

     Apesar da oposição internacional e as futuras sanções econômicas e políticas, o Irã dá continuidade as suas pesquisas. A necessidade de dominar a tecnologia parte da idéia de que quem tem a força militar tem o poder de influência. De acordo com Maquiavel, “os príncipes não deveriam ter outro objetivo ou pensamento além da guerra, suas leis e sua disciplina, pois esta é a única arte de que se espera de quem comanda”. Por isso também há necessidade de um exército e armas próprias, “nada é tão fraco e instável quanto a forma de uma potência que não se apóia na própria força”.

     Além das pressões externas, o Irã sofre com conflitos em seu próprio território. No dia 11 de março de 2010, quando a República Islâmica do Irã comemorou 31 anos de existência, surgiram manifestações opositoras, as quais foram combatidas violentamente pelo governo. Para Maquiavel, tal repressão é a maneira correta de se pôr a ordem em uma situação de caos como essa. Pois em caso de instabilidade é preciso que o Estado se imponha, nem que seja pela força.

     A teoria política de Maquiavel tornou-se indissolúvel ao tempo, por considerar a natureza humana para fundamentá-la. Ele baseava sua análise em uma sociedade possível criada por pessoas reais, diferenciando-se de pensadores utópicos. A política moderna é fortemente influenciada por suas idéias, pois mudam-se os homens, mas não suas paixões.