Grupo Pauta Livre
Filósofo do século XV, Nicolau Maquiavel foi autor de grandes obras no âmbito político, entre elas destaca-se “O Príncipe”. Tido como a cartilha do bom governante, em O Príncipe o autor expõe idéias de como conquistar o poder e, principalmente, de como mantê-lo.
Algumas idéias desta obra perduram por séculos, interferindo em estratégias governamentais como as de Getúlio Vargas, que governou o Brasil em meados do século XX. O “Pai dos Pobres”, como era popularmente conhecido, iniciou seu mandato como chefe de Estado em novembro de 1930, deixando o posto de presidente provisório, e passando a ocupar o cargo de presidente do governo constitucional no ano de 1934.
Como presidente do governo constitucional, reprimiu a intentona comunista utilizando a força de um modo virtuoso, causando temor aos opositores. Esta estratégia aderida por Vargas tem relação com os pensamentos de Maquiavel sobre o uso da força para a manutenção do poder.
O uso do Virtù (capacidade do homem de calcular as suas ações, segundo Maquiavel) aparece com mais intensidade a partir de 1937 com a implantação do Estado Novo. Através de leis trabalhistas, Vargas conquistou a confiança da classe operária brasileira, evitando que a massa organizasse revoltas e trouxesse problemas ao seu governo. Com isso, Getúlio Vargas passou a ser um governante populista. A prova foi que em 1945 surgiu o “Quererismo” (movimento popular que exigia a continuidade do governo Vargas).
Apesar do governo ditatorial, Vargas, deposto em 1945, veio a público dizer que voltaria ao poder eleito pelo voto popular, o que ocorreu em 1954, reafirmando a popularidade de seu governo.
Com exceção dos estados de São Paulo e Minas Gerais, que faziam oposição a Vargas por ter encerrado a política do café com leite e retirado o poder hegemônico destas oligarquias, todo o país lhe apoiava, apesar de temido por muitos. Em “O Príncipe”, Maquiavel descreve o ideal líder como alguém temido, porém amado popularmente.
Nota-se, portanto, uma grande semelhança entre as idéias de Maquiavel com a política adotada por Getulio Vargas durante seu governo. O uso da força para manutenção do poder, sua capacidade de calcular as ações e a imposição de um respeito são fundamentos defendidos por Maquiavel em sua obra “O Príncipe”.
domingo, 21 de março de 2010
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O último parágrafo do texto faz uma boa síntese da articulação entre alguns aspectos do pensamento de Maquiavel para compreendermos o uso da força durante o governo de Getúlio Vargas.
ResponderExcluirA relaçãoi entre o governante temido, mas amado também foi bem elaborada pelosm autores do texto.
Rose
O meu grupo gostou muito da forma como foi abordado o assunto. Achamos que foi uma grande ideia escolher o Vargas, tendo em vista ser ele, provavelmente, o maior exemplo de aplicação do pesamento maquiavélico da história nacional. Por outro lado acho que faltou falar da questão da "fortuna", afinal não podemos ignorar o contexto histórico em que Vargas tomou o poder (crise de 1929 e crise da política do café), fator importante para o início da Era Vargas.
ResponderExcluirMas, no geral, o trabalho foi bem conduzido e o texto bem elaborado.
Diego (apoliticos)
Interessante relação entre Vargas e Maquiavel. O governo de Getúlio foi marcado por um acentuado populismo e medidas ditatorias, como sensura para garantir a ordem do Estado. Todos esses aspectos foram defendidos por Maquiavel.
ResponderExcluirGrupo Nós